SAÚDE NA INTERNET
O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking dos países onde mais se buscam orientações de saúde na internet. Usada por leigos e especialistas, a rede é meio de pesquisa de 86% dos brasileiros com acesso a internet por informações sobre remédios, doenças e diagnósticos baseados em seus sintomas. Os brasileiros ficam atrás apenas dos russos (96%), chineses (92%), indianos (90%), e mexicanos (89%). Os dados são da pesquisa global encomendada pela seguradora britânica Bupa, informou a Folha de S. Paulo (5/1).
Se, por um lado, a internet tem facilitado o acesso a informações sobre como cuidar melhor da saúde e mudado a relação entre médico e paciente, por outro, esse processo traz riscos, como automedicação e autodiagnóstico, que podem piorar muito a condição do paciente, alertam os especialistas. Isso sem contar a grande quantidade de informações equivocadas ou incompletas que circulam pela rede. Um quarto dos brasileiros que acessou a internet em busca dessas informações admitiu não ter verificado se a fonte era confiável. As consultas virtuais podem levar uma pessoa a acreditar que tem uma doença, na verdade, sua condição é totalmente diferente. Segundo o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz D'Avila, muitas vezes, os pacientes trazem para os consultórios sugestões de tratamento sem saber que ainda são experimentais, não foram liberados pela vigilância sanitária ou não tem comprovação científica.
Também para Wilma Madeira, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da USP, apesar da autonomia que a pessoa adquire quanto à saúde e ao próprio corpo com tal facilidade de acesso às informações, é preciso tomar cuidado. "Quanto mais informações, mais autonomia a pessoa terá para tomar decisões sobre a própria saúde. O risco é a confusão entre se informar e formar. Não posso passar pelo Google achando que estou passando por uma consulta médica", disse ao jornal.
RADIS COMUNICAÇÃO EM SAÚDE N°103
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