Unicef fala sobre saúde mental de crianças e adolescentes no período pós-pandemia
O órgão da Nações Unidas acompanhou o impacto da pandemia do Covid-19 em diversos países. Veja quais são os impactos dela em crianças e adolescentes!
O novo coronavírus que gerou a pandemia nos últimos dois anos e meio afetou as pessoas
de formas diferentes. Seja com o falecimento de um familiar ou com sequelas que permaneceram com aqueles que conseguiram sobreviver.
Uma das repercussões que tem sido preocupação constante após a diminuição de hospitalizações da doença, é o efeito que a pandemia gerou no psicológico das pessoas e como isso afeta a vida em sociedade.
O Ministério da Saúde no Brasil, afirma que o aumento de transtornos mentais e traumas psicológicos devem ser considerados uma consequência direta da contração do Covid-19 ou por consequências secundárias.
O MS ainda chama atenção a um conjunto de reações ligadas ao estresse psicológico adquiridos nesse período, como:
alterações do sono e da concentração nas atividades diárias
sentimentos de tédio, solidão, desesperança e depressão
preocupação constante de alguém próximo contrair doenças de risco
A ocorrência desses comportamentos não se limita apenas ao público adulto, embora eles sejam uma parcela significativa dos afetados. As crianças e adolescentes também sofreram com alterações psicológicas durante a pandemia.
De acordo com dados do relatório da Situação Mundial da Infância do ano de 2021, uma em cada seis crianças brasileiras entre 10 e 19 anos vive com algum tipo de transtorno mental. E o isolamento necessário na pandemia aumentou o risco da piora desses números.
Foi a partir de toda essa situação que a UNICEF abordou mais enfaticamente a situação psicológica das crianças e adolescentes no período pós-pandemia, buscando alertar as sociedades sobre a importância de agir para cuidar da saúde mental dos jovens.
Unicef, a infância em primeiro lugar
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) é um órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) que tem como razão de ser a defesa e proteção dos direitos de crianças e adolescentes, tendo como guia a Convenção sobre os Direitos das Crianças.
Criado em 11 de dezembro de 1946 com voto favorável de toda a Assembleia Geral da ONU, a UNICEF ficou responsável por fornecer assistência para meninos e meninas em vulnerabilidade após a 2ª Guerra Mundial.
Inicialmente sua atuação tinha como foco principal a Europa, Oriente Médio e China. Mas foi rapidamente expandida para abranger países de todos os continentes. Atualmente ele está presente em 190 países, no Brasil está desde 1953.
Saúde psicológica no pós-pandemia
A necessidade do isolamento e confinamento social para evitar a propagação do Covid-19 levou as pessoas a mudarem radicalmente suas rotinas e hábitos de vida por um grande período de tempo, resultando em impactos na condição mental.
Preocupado em avaliar como a pandemia afetou a vida de crianças e adolescentes, a UNICEF promoveu uma pesquisa em parceria com o Instituto Gallup para investigar essa questão em 21 países ao redor do mundo.
O Brasil foi um dos selecionados para esse estudo. E sobre o país, a pesquisa apurou que cerca de 22% dos jovens brasileiros com idade entre 15 e 24 anos possuem sentimentos depressivos ou não sentem interesse em qualquer atividade.
Os casos de transtornos mentais também aumentaram nessa faixa etária, sendo uma preocupação maior, pois podem afetar esses anos cruciais de formação dos jovens.
Por isso, a entidade chama atenção para a importância dos pais e pessoas próximas estarem mais atentos aos adolescentes, ter atenção com o comportamento deles, como estão se relacionando com as pessoas e, principalmente, criar o costume de escutá-los.
Esse cuidado das pessoas ao redor, ajuda a identificar indícios de problemas psicológicos e assim poder tratá-los com os profissionais adequados.
Segundo o UNICEF, os transtornos mentais mais frequentes de ocorrerem em crianças e adolescentes são os seguintes:
Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)
ansiedade
bipolaridade
transtornos alimentares
esquizofrenia
depressão
Situação da Educação dos jovens
A pandemia do Covid-19 também levantou sinais de preocupação para a questão da educação de crianças e jovens. A escola não é apenas um espaço de aprendizagem, mas também de convívio social fundamental para o desenvolvimento.
As crianças menores foram muito impactadas com o isolamento social, pois impossibilitou o contato entre as crianças no ambiente escolar. Por isso, muitos jovens apresentam dificuldades em se relacionar, há mesmo casos extremos de surgimento de fobia social.
No caso do processo de ensino e aprendizagem, as escolas e universidades apoiaram-se em soluções tecnológicas para criar plataformas digitais, como o vestibular online, para dar continuidade aos processos educacionais.
A pandemia impactou de diferentes formas a vida de todas as pessoas e nesses próximos anos é importantíssima uma atenção especial com as meninas e meninos, especialmente para acompanhar a sua saúde mental.
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